Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem.

I corintios 1,21

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CARTA DO PAPA AOS ARTISTAS 10/16



A caminho dum renovado diálogo

10. Verdade é que, na Idade Moderna, ao lado deste humanismo cristão que continuou a produzir significativas expressões de cultura e de arte, foi-se progressivamente afirmando também uma forma de humanismo caracterizada pela ausência de Deus senão mesmo pela oposição a Ele. Este clima levou por vezes a uma certa separação entre o mundo da arte e o da fé, pelo menos no sentido de menor interesse de muitos artistas pelos temas religiosos.
Mas, vós sabeis que a Igreja continuou a nutrir grande apreço pelo valor da arte enquanto tal. De facto esta, mesmo fora das suas expressões mais tipicamente religiosas, mantém uma afinidade íntima com o mundo da fé, de modo que, até mesmo nas condições de maior separação entre a cultura e a Igreja, é precisamente a arte que continua a constituir uma espécie de ponte que leva à experiência religiosa. Enquanto busca do belo, fruto duma imaginação que voa mais acima do dia-a-dia, a arte é, por sua natureza, uma espécie de apelo ao Mistério. Mesmo quando perscruta as profundezas mais obscuras da alma ou os aspectos mais desconcertantes do mal, o artista torna-se de qualquer modo voz da esperança universal de redenção.
Compreende-se, assim, porque a Igreja está especialmente interessada no diálogo com a arte e quer que se realize na nossa época uma nova aliança com os artistas, como o dizia o meu venerando predecessor Paulo VI no seu discurso veemente aos artistas, durante um encontro especial na Capela Sistina a 7 de Maio de 1964.(17) A Igreja espera dessa colaboração uma renovada « epifania » de beleza para o nosso tempo e respostas adequadas às exigências próprias da comunidade cristã.
(17) Cf. AAS 56 (1964), 438-444.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CARTA DO PAPA AOS ARTISTAS 9/16



Humanismo e Renascimento

9. A feliz estação cultural, em que tem origem o florescimento artístico extraordinário do Humanismo e do Renascimento, apresenta também reflexos significativos do modo como os artistas desse período concebiam o tema religioso. Naturalmente as inspirações são tão variadas como os seus estilos, ou pelo menos como os mais importantes deles. Mas, não é minha intenção lembrar coisas que vós, artistas, bem conheceis. Dado que vos escrevo deste Palácio Apostólico, escrínio de obras-primas talvez único no mundo, quero antes fazer-me voz dos maiores artistas que por aqui disseminaram as riquezas do seu génio, permeado frequentemente de grande profundidade espiritual. Daqui fala Miguel Ângelo, que na Capela Sistina de algum modo compendiou, desde a Criação ao Juízo Universal, o drama e o mistério do mundo, retratando Deus Pai, Cristo Juiz, o homem no seu fatigante caminho desde as origens até ao fim da História. Daqui fala o génio delicado e profundo de Rafael, apontando, na variedade das suas pinturas e de modo especial na « Disputa » da Sala da Assinatura, o mistério da revelação de Deus Trinitário, que na Eucaristia Se faz companheiro do homem, e projecta luz sobre as questões e os anelos da inteligência humana. Daqui, da majestosa Basílica dedicada ao Príncipe dos Apóstolos, da colunata que sai dela como dois braços abertos para acolher a humanidade, falam ainda Bramante, Bernini, Borromini, Maderno, para citar apenas os maiores, oferecendo plasticamente o sentido do mistério que faz da Igreja uma comunidade universal, hospitaleira, mãe e companheira de viagem para todo o homem à procura de Deus.
A arte sacra encontrou, neste conjunto extraordinário, uma força expressiva excepcional, atingindo níveis de imorredoiro valor quer estético quer religioso. O que vai caracterizando cada vez mais tal arte, sob o impulso do Humanismo e do Renascimento e das sucessivas tendências da cultura e da ciência, é um crescente interesse pelo homem, pelo mundo, pela realidade histórica. Esta atenção, por si mesma, não é de modo algum um perigo para a fé cristã, centrada sobre o mistério da Encarnação e, portanto, sobre a valorização do homem por parte de Deus. Precisamente os maiores artistas acima mencionados no-lo demonstram. Bastaria pensar no modo como Miguel Ângelo exprime nas suas pinturas e esculturas, a beleza do corpo humano.(16)
Aliás, mesmo no novo clima dos últimos séculos quando parte da sociedade parece indiferente à fé, a arte religiosa não cessou de avançar. A constatação torna-se ainda mais palpável, se da vertente das artes figurativas se passa a considerar o grande desenvolvimento que, neste mesmo período de tempo, teve a música sacra, composta para as necessidades litúrgicas, ou apenas relacionada com temas religiosos. Sem contar tantos artistas que a ela se dedicaram amplamente (como não lembrar Pero Luís de Palestrina, Orlando de Lasso, Tomás Luís de Victoria?), é sabido que muitos dos grandes compositores — de Händel a Bach, de Mozart a Schubert, de Beethoven a Berlioz, de Listz a Verdi — nos ofereceram obras de altíssima inspiração também neste campo
(16) Cf. JOÃO PAULO II, Homilia da Missa celebrada na conclusão dos restauros dos frescos de Miguel Ângelo na Capela Sistina (8 de Abril de 1994): L'Osservatore Romano (ed. port. de 16 de Abril de 1994), p. 7.

terça-feira, 12 de maio de 2009

SEM BEIRA NEM EIXO - ESPETÁCULO TEATRAL

CIA DE TEATRO CARA d'PALCO
Apresenta
SEM BEIRA NEM EIXO
O Diretor Marcio Rodrigues coloca em cena a Brasília que vemos mais não percebemos, no espetáculo Sem Beira Nem Eixo, uma colagem rascunhada das ruas, com temperos fictícios na forma de metateatro.
Um visionário morador de rua constroi personagens, onde vendedores ambulantes, malandros, prostitutas, drogados, traficante e homossexuais são modelados e subjugados ao seu conceito nada ético e nada moral, refletindo neles o seu conflito psicológico e social.
Local: Espaço Cultural Renato Russo - 508 Sul.
Data e Horário: Dias 22 e 23 as 21:00 horas e dia 24 as 20:00

Ingressos: R$30,00 inteira e R$15,00 meia

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 ANOS

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CIA DE TEATRO CARA D’PALCO

CONTATOS:
e-mail: ciadeteatrocaradpalco@gmail.com

TELEFONES:
9934 - 4010 MÁRCIO
9129 - 5046 MARRY

BRASÍLIA - DF

segunda-feira, 11 de maio de 2009

CARTA DO PAPA AOS ARTISTAS 8/16

A Idade Média

8. Os séculos seguintes foram testemunhas dum grande desenvolvimento da arte cristã. No Oriente, continuou a florescer a arte dos ícones, vinculada a significativos cânones teológicos e estéticos e apoiada na convicção de que, em determinado sentido, o ícone é um sacramento: com efeito, de modo análogo ao que sucede nos sacramentos, ele torna presente o mistério da Encarnação nalgum dos seus aspectos. Por isso mesmo, a beleza dum ícone pode ser apreciada sobretudo no interior de um templo, com os candelabros que ardem e suscitam na penumbra infinitos reflexos de luz. A este respeito, escreve Pavel Florenskij: « Bárbaro, pesado, fútil à luz clara do dia, o ouro reanima-se com a luz trémula dum candelabro ou duma vela, que o faz cintilar aqui e ali com miríades de fulgores, fazendo pressentir outras luzes não terrestres que enchem o espaço celeste ».(14)

No Ocidente, são muito variadas as perspectivas e os pontos donde partem os artistas, dependendo também das convicções fundamentais presentes no ambiente cultural do respectivo tempo. O património artístico, que se foi acumulando ao longo dos séculos, conta um florescimento vastíssimo de obras sacras de alta inspiração, que deixam cheio de admiração mesmo o observador do nosso tempo. Em primeiro plano, situam-se as grandes construções do culto, onde a funcionalidade sempre se une ao génio artístico, e este último se deixa inspirar pelo sentido do belo e pela intuição do mistério. Nascem daí estilos bem conhecidos na História da Arte. A força e a simplicidade do românico, expressa nas catedrais ou nas abadias, vai-se desenvolvendo gradualmente nas ogivas e esplendores do gótico. Dentro destas formas, não existe só o génio dum artista, mas a alma dum povo. Nos jogos de luzes e sombras, nas formas ora massiças ora ogivadas, intervêm certamente considerações de técnica estrutural, mas também tensões próprias da experiência de Deus, mistério « tremendo » e « fascinante ». Como sintetizar em poucos traços, nas diversas expressões da arte, a força criativa dos longos séculos da Idade Média cristã? Uma cultura inteira, embora com as limitações humanas sempre presentes, impregnara-se de Evangelho, e onde o pensamento teológico realizava a Summa de S. Tomás, a arte das igrejas submetia a matéria à adoração do mistério, ao mesmo tempo que um poeta admirável como Dante Alighieri podia compor « o poema sagrado, para o qual concorreram céu e terra »,(15) como ele próprio classifica a Divina Comédia

(15) Paradiso XXV, 1-2.

SITE GTTSM



É com imensa alegria que informo a todos que o SITE GTTSM está de volta...
Depois de algum tempo fora do ar por motivos técnicos, o nosso site volta com força total, graças é claro a PROVIDENCIA DIVINA.
Agora elaborado e atualizado pelo grupo RDD (ROCKEIROS DE DEUS), traz em seu conteúdo, todas as informações para conhecer mais e mais o GTTSM.
Lá iremos conhecer bem mais a fundo a história do grupo, seus membros, nossas peças já apresentadas, no menu extras encontramos o DICIONÁRIO DE "PALAVRAS" as pérolas inesquecíveis dos membros e de alguns ex membros que ficaram para a história GTTSM. Encontramos ainda uma homenagem aos nossos ex membros, os links dos parceiros. As AVENTURAS DOS MIGUELINOS, um quadro super divertido gravado na Rádio Nova Aliança em Brasilia-DF. Ainda temos a gravação do quadro HÃ, COMO ASSIM, também da rádio Nova Aliança.
A inesquecível radio novela VESPERA DE NATAL e muito mais.
Então acesse www.gttsm.rg3.net e se divirtam...
E não deixem de recomendar, o nosso blog e agora o nosso SITE.

QUE SÃO MIGUEL ARCANJO NOS PROTEJA NA BATALHA...

QUE MARIA, A ESCOLHIDA, INTERCEDA POR ESSA MISSÃO E ESSE DOM...

E QUE JESUS ENVIE SEU ESPIRITO DE AMOR E SABEDORIA PARA TODOS NÓS GTTSM E VISITANTES, MEMBROS E PARCEIROS, PARA NÓS E PARA VOCÊS.

QUE DEUS ABENÇÕE A TODOS QUE PASSAREM POR AQUI...

AMÉM...





domingo, 10 de maio de 2009

SEJAM BEM-VINDAS

É com grande alegria que anunciamos as novas integrantes do GTTSM:







Todos que sempre entram na obra de Deus para engrandece-Lo, sempre seram bem-vindos. E temos a certeza que é esse o intuito de vocês.

SEJAM BEM-VINDAS!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

DIA DAS MÃES

















"Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa." (Jo 19,27)


Ao dizer essa palavras, Jesus nos presenteia com o mais sublime dos presentes: a MÃE.
Penso muito nessa passagem, e vejo um ministério lindo, principalmente no decorrer dessa passagem, quando o discípulo em questão leva a mãe de Jesus para casa. "E dessa hora em diante o discípulo a levou para casa.", sinto que essa verdade de levar Maria para casa, depois de ser entregue pelo próprio Cristo, é o convite que Cristo nos pede, para sermos fiéis a esta verdade, verdade que até o próprio Cristo, o Deus que se fez homem, quis e escolheu nascer de uma mulher. E essa mulher, símbolo de todas as mães do planeta, hoje se faz presente em nossas vidas como uma verdadeira mãe.
Que esse dia das mães não seja algo banal, e que possamos realmente refletir nessa verdade que o evangelho vem nos entregar de forma tão simples e linda.
" FILHO EIS AÍ SUA MÃE..." Eis aí sua mãe, e o que temos feito com nossas mães, levado para casa e acolhido, ou deixamos realmente para lá? Como se não tivesse uma real função em nossas vidas?
Gostaria que nosso mundo não se recordasse das mães somente nesse segundo domingo de maio. Mas que façamos, que esse dia persevere cada vez mais, para que possamos fazer o Jesus nos pede... Que levemos nossas mães para o intimo de nossas casas emocionais, o coração.
Lembro-me sempre dessa, que foi a primeira mãe a ter ido até o final com o filho, até o final com Cruz. Maria, sinal de contradição, aquela que vai contra as convenções, aquela que foi a primeira a aceitar Jesus, a primeira a comungar Jesus, a primeira e a ultima a deitar Jesus no colo. Aprendamos também com esse exemplo que Jesus nos deixou ao amá-la a ponto de não deixá-la sozinha mesmo morrendo na cruz.
Que neste dia das mães, vocês mamães possam ser alvo de muitas homenagens, mas não só nesse dia, mas em toda a vida, e que nós filhos saibamos levá-las as nossas casas...

Nós do grupo de teatro TRIBOS DE SÃO MIGUEL, desejamos a todas as mães, um belo e abençoado dia das mães. E desejamos que Jesus possa nos ensinar, e olhando bem no fundo dos nossos olhos diga:"Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa."

segunda-feira, 4 de maio de 2009

CARTA DO PAPA AOS ARTISTAS 7/16



Os primórdios

7. A arte, que o cristianismo encontrou nos seus inícios, era o fruto maduro do mundo clássico, exprimia os seus cânones estéticos e, ao mesmo tempo, veiculava os seus valores. A fé impunha aos cristãos, tanto no campo da vida e do pensamento como no da arte, um discernimento que não permitia a aceitação automática deste património. Assim, a arte de inspiração cristã começou em surdina, ditada pela necessidade que os crentes tinham de elaborar sinais para exprimirem, com base na Escritura, os mistérios da fé e simultaneamente de arranjar um « código simbólico » para se reconhecerem e identificarem especialmente nos tempos difíceis das perseguições. Quem não recorda certos símbolos que foram os primeiros vestígios duma arte pictórica e plástica? O peixe, os pães, o pastor... Evocavam o mistério, tornando-se quase insensivelmente esboços de uma arte nova.
Quando, pelo édito de Constantino, foi concedido aos cristãos exprimirem-se com plena liberdade, a arte tornou-se um canal privilegiado de manifestação da fé. Por todo o lado, começaram a despontar majestosas basílicas, nas quais os cânones arquitectónicos do antigo paganismo eram assumidos sim, mas reajustados às exigências do novo culto. Como não recordar pelo menos a antiga Basílica de S. Pedro e a de S. João de Latrão, construídas pelo imperador Constantino? Ou, no âmbito dos esplendores da arte bizantina, a Haghia Sophía de Constantinopla querida por Justiniano?
Enquanto a arquitectura desenhava o espaço sagrado, a necessidade de contemplar o mistério e de o propor de modo imediato aos simples levou progressivamente às primeiras expressões da arte pictórica e escultural. Ao mesmo tempo surgiam os primeiros esboços de uma arte da palavra e do som; e se Agostinho incluía também, entre as temáticas da sua produção, um De musica, Hilário, Ambrósio, Prudêncio, Efrém da Síria, Gregório de Nazianzo, Paulino de Nola, para citar apenas alguns nomes, faziam-se promotores de poesia cristã, que atinge frequentemente um alto valor não só teológico mas também literário. A sua produção poética valorizava formas herdadas dos clássicos, mas bebia na linfa pura do Evangelho, como justamente sentenciava o Santo poeta de Nola: « A nossa única arte é a fé, e Cristo é o nosso canto ».(12) Algum tempo mais tarde, Gregório Magno, com a compilação do Antiphonarium, punha as premissas para o desenvolvimento orgânico daquela música sacra tão original, que ficou conhecida pelo nome dele. Com as suas inspiradas modulações, o Canto Gregoriano tornar-se-á, com o passar dos séculos, a expressão melódica típica da fé da Igreja durante a celebração litúrgica dos Mistérios Sagrados. Assim, o « belo » conjugava-se com o « verdadeiro », para que, também através dos caminhos da arte, os ânimos fossem arrebatados do sensível ao eterno.
Não faltaram momentos difíceis neste caminho. A propósito precisamente do tema da representação do mistério cristão, a antiguidade conheceu uma áspera controvérsia, que passou à história com o nome de « luta iconoclasta ». As imagens sagradas, já então difusas na devoção do povo de Deus, foram objecto de violenta contestação. O Concílio celebrado em Niceia no ano 787, que estabeleceu a legitimidade das imagens e do seu culto, foi um acontecimento histórico não só para a fé mas também para a própria cultura. O argumento decisivo a que recorreram os Bispos para debelar a controvérsia, foi o mistério da Encarnação: se o Filho de Deus entrou no mundo das realidades visíveis, lançando, pela sua humanidade, uma ponte entre o visível e o invisível, é possível pensar que analogamente uma representação do mistério pode ser usada, pela dinâmica própria do sinal, como evocação sensível do mistério. O ícone não é venerado por si mesmo, mas reenvia ao sujeito que representa.(13)
(12) « At nobis ars una fides et musica Christus » (Carmen 20, 31: CCL 203, 144).
(13) Cf. JOÃO PAULO II, Carta ap. Duodecimum sæculum (4 de Dezembro de 1987), 8-9: AAS 80 (1988), 247-249
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